PílPílulas de Conhecimento




As cidades sempre tiveram um papel de destaque em todas as civilizações: Atenas, Roma, Florença, Paris, Londres, Berlim, Nova Iorque foram síntese do modo de vida no qual estavam inseridas, representando épocas de conquistas nas ciências, na filosofia e nas artes e, ao mesmo tempo, se convertendo em pólos irradiadores que impulsionaram as transformações, a inovação e a criação política, social, econômica e espiritual.
Hoje as metrópoles são cidades mundiais e sintetizam seus países e, mais remotamente, outras civilizações do mundo. Em sua estrutura localizam-se a arte, a filosofia e a ciência; os costumes, as tradições e a memória; os sistemas políticos e o direito; a administração financeira e a gestão dos negócios. Porém, este papel de liderança não está imune às contradições e conflitos do país e da região.

A última edição do Pílulas de Conhecimento no ano de 2004 traz Clímaco Dias, professor do Departamento de Geografia da Ufba e que ministra, dentre outras, as disciplinas de Geografia Política e Geografia Econômica, para falar sobre as metrópoles mundiais e sobre as relações espaciais, humanas e de poder entre elas.

O PIB da região metropolitana de Tóquio é o dobro do PIB do Brasil; Chicago é considerada a sétima cidade mundial, concentrando uma economia com valor equivalente a do México; dois terços das transações mundiais são negociadas em pólos de Tóquio, Londres e Nova Iorque. Como podemos encarar a importância cada vez maior do poder local no contexto mundial? E como entender o processo de urbanização “periférica”, a ‘metamorfose urbana que vira literalmente as cidades pelo avesso’, nas palavras do geógrafo americano Edward Soja? E como enxergar Salvador neste panorama?

O grande desafio das metrópoles hoje em dia está na inexistência de um planejamento que possibilite a coexistência da ordem da vida comunitária com a desordem da sensibilidade e da criação, do coletivo com o individual, do racional com o mítico, da dedicação com o prazer, do trabalho com o lazer, do público com o privado. As grandes cidades mundiais, com o crescimento da violência e das desigualdades sociais se transformam cad vez mais em um espaço sem cidadãos.

A nova metrópole é crescentemente “descentralizada” e cada vez mais um mosaico de desenvolvimento geograficamente desigual. A mistura das novas e velhas formas (visto que as velhas certamente não desapareceram) está hoje desafiando nossas definições convencionais de urbano, suburbano e rural. As metrópoles atuais sofrem e concentram os efeitos da globalização. Entender esta crise é um desafio. E vivê-lo é uma realidade.

 

Links relacionados:

Da Globalização ao Poder Local: a Nova Hierarquia dos Espaços. Texto de Ladislau Dowbor



Pílulas ingeridas:

As mulheres de Bukowski, por Roca Alencar

Stefan Zweig e o Brasil, por Giovandro Ferreira

Estética e Cotidiano, com o professor César Guimarães

O inventor da solidão (de Paul Auster), com o professor Jedder Janotti

Grafite em Salvador nos anos 80 e 90, com Renato da Silveira e participação especial de Nildão

De Kill Bill a Getúlio, a ficção como imaginário da história, com o professor e escritor Juremir Machado

Dom Quixote, o romance e sua época, com o profesor David Molina

Questões sobre a memória e relacionamento no filme "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças", com a neurologista e psicoterapeuta Maria Fernanda Nascimento

Discussão do livro Neuromancer de William Gibson, com o André Lemos

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